AVOSOS

A Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe acaba de ser contemplada com o projeto ´Diagnóstico Precoce: O caminho mais curto para a cura do Câncer Infantojuvenil´ no processo seletivo do Edital Ação Infância e Vida 2018 – Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (Coniacc ) e Banco do Brasil. Além da Avosos em Sergipe, no Brasil foram selecionadas nove instituições nos Estados de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará (02), Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e São Paulo. No total, 35 instituições se inscreveram no Edital e 15 foram habilitadas para seleção. O valor do financiamento é de R$ 50 mil e foi assinado nesta terça(27).

Segundo o presidente voluntário da Avosos, Wilson Melo, o projeto existe desde 2005 anos e é realizado de forma sazonal pela instituição. “Agora, com o recurso do Ação Infância e Vida 2018, a Avosos poderá realizar diversas atividades, durante 12 meses ininterruptos, na capital e no interior do Estado de Sergipe. O propósito da Avosos com este Projeto é contribuir, com eficiência e qualidade, com a saúde pública, buscando esclarecer sobre a importância do diagnóstico precoce e fornecer informações quanto aos sinais e sintomas do câncer infantojuvenil para a população e profissionais das Unidades Básicas de Saúde”, informa o voluntário, que há 34 anos se dedica à causa de crianças e adolescentes com câncer no Estado de Sergipe.

O Projeto visa ainda assistir os casos suspeitos de câncer infantojuvenil, realizando exames de triagem para casos suspeitos de crianças e adolescentes (0 a 19 anos). “As palestras serão realizadas nas Unidades Básicas de Saúde, bem como escolas, faculdades e comunidades. Serão convidados a participar das palestras e capacitações profissionais de Saúde, estudantes, pais e professores. Nesses 12 meses de ações, esperamos capacitar 400 pessoas e atender cerca de 120 pacientes para consultas e exames”, destaca Wilson Melo.

A meta da Avosos com a realização do projeto ´Diagnóstico Precoce: O caminho mais curto para a cura do Câncer Infantojuvenil´ é mobilizar e conscientizar a população sobre importância da identificação precoce do câncer infantojuvenil; capacitar os profissionais da Rede de Atenção Básica de Saúde dos Municípios, visando aumentar o seu conhecimento sobre sinais e sintomas do câncer infantojuvenil; e atender as crianças e adolescentes com suspeita de câncer encaminhadas pelo Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe/HUSE.

Diagnóstico Precoce

V.N.D.M., de apenas 9 anos de idade, já sabe a importância de se ter pais presentes na vida de uma criança. O pai, V.S.D.M., foi o primeiro a perceber que havia algo errado com a saúde do filho. O pai, juntamente com a mãe da criança, E.S.D.M., iniciaram uma jornada para descobrir o que garoto tinha que estava se manifestando em forma de fraqueza muscular e, como o próprio filho falou, uma dorzinha no olho. “Eu não tinha conhecimento de problemas como este. Não sabia nem para onde levar

Fizemos vários exames. Só passavam vitaminas. Achavam que era falta de Cálcio ou Ferro. Percebemos uma perda de força nos membros e que a perna esquerda dele começou a dobrar a ponta do dedinho, começou a arrastar. Eu só me perguntava “Meu Deus, o que será isso?”. E de dia íamos de médico em médico; à noite não dormíamos preocupados com a situação”, relata o pai do menino do município de Ribeira do Pombal (BA).

Após vários exames e idas a diferentes médicos, uma psicopedagoga sugeriu que eles procurassem um neurologista. “Lembro quando ela me falou assim: “Pai, o que eu posso fazer pelo senhor é encaminhar a um neurologista em Aracaju”. Nós corremos para cá, com a roupa do corpo e sem dinheiro. Pediram uma tomografia assim que chegamos aqui em Aracaju. Como não tínhamos condições financeiras, pegamos dinheiro emprestado, porque a gente achou que quanto mais rápido seria melhor para ele. Quando saiu o resultado a médica comentou que deveríamos procurar com urgência o HUSE. Descobrimos que nosso filho tinha um tumor na região pineal”, lembra o pai do garoto.

Após uma longa espera pela cirurgia por falta de materiais, V.N.D.M. já passou por seis seções de quimioterapia, está em seções de radioterapia e já houve uma redução de 60% do tumor. “Ficamos de 16 de dezembro de 2017 até 27 de março de 2018 para fazer a cirurgia da retirada da lesão. Tivemos que recorrer à Justiça, procuramos Ministério Público, Defensoria Pública e outros Órgãos. O nosso desespero era grande. Atiramos para todos os lados, mas não desistimos”, pontua o pai.

Ainda segundo V.S.D.M., a Avosos surgiu na vida da família logo quando a família deu entrada no HUSE. “Um dos motoristas da Avosos estava conversando com a gente no hospital e, sabendo da nossa situação, da distância da gente [Ribeira do Pombal], falou do cadastro. Assim que meu filho teve alta do HUSE viemos para a Casa de Apoio para, por assim dizer, morarmos aqui. É a nossa segunda casa, uma mãe para nós. O acolhimento daqui é muito bom e por isso eu me sinto em casa”, diz o pai, fazendo um apelo aos pais: Não medir esforços. “Se esperar por uma consulta marcada pelo SUS vai demorar mais tempo e o problema pode avançar. Nós estávamos dispostos a vender nossa casa, morar de aluguel, na casa de nossos pais, pela saúde de nosso filho. Graças a Deus não precisou porque encontramos uma mãe, que é a nossa Avosos”, revela.

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