Os resultados que apresentamos neste relatório retratam a consolidação da instituição como referência, ao longo de 30 anos, no apoio e suporte ao tratamento de crianças e adolescentes com câncer ou suspeita da doença.
Se por um lado temos o que comemorar desta assistência de apoio e suporte ao tratamento desses pacientes assistidos pela Avosos, por outro lado continuamos a lamentar que o acesso dessas crianças e adolescentes aos serviços do Sistema de Saúde na Área de Oncologia em Sergipe ainda continua com problemas graves.
Em novembro deste ano de 2017, em um evento no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE), foi apresentada uma síntese do relatório elaborado por auditores do TCE/SE, Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU) em que constata que a estrutura da Rede de Atenção Oncológica existente no Estado de Sergipe não é suficiente para atender aos atuais casos de câncer e os esperados para os próximos anos, como também não possui estrutura para o acolhimento e tratamento tempestivos e humanizados.
Essa é a realidade que a Avosos convive há mais de 30 anos. No período de Abril/2017 a Fevereiro/2018, cerca de 26 crianças e adolescentes cadastrados na Avosos foram a óbito. Alguns por conta da agressividade da doença e outros por infecção hospitalar, atrasos ou falta de exames, medicamentos quimioterápicos e cirurgias pediátricas.
Na realização de toda a assistência gratuita, a Avosos não recebe nenhum recurso financeiro público. A instituição realiza tudo isso graças a uma equipe de voluntários e funcionários, contando com a ajuda da sociedade (pessoas físicas e jurídicas) e de parceiros, com recursos provenientes da prestação de serviços no tratamento ambulatorial de pacientes adultos com câncer, de planos e cooperativas de saúde.
Os nossos resultados poderiam ser melhores se o Estado tivesse uma atuação mais eficiente e pró-ativa no combate ao câncer. Torcemos e esperamos que com esses resultados da Avosos e o Relatório dos auditores do TCE, TCU e CGU, as autoridades que detém o poder de decisão na gestão, fiscalização, controle, acompanhamento, avaliação e dos interesses da sociedade consigam com que o Estado ofereça a esses pacientes, em especial à criança e ao adolescente, uma estrutura da Rede de Atenção Oncológica em Sergipe com serviços mais eficientes, com mais qualidade e mais humanizados. Assim, teremos pacientes com maiores possibilidades de cura e com menos sequelas e mais sobrevida.
Wilson Melo
Presidente voluntário da Avosos
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